§2419 "A revelação cristã leva a uma
compreensão mais profunda das leis da vida social." A Igreja recebe do
Evangelho a revelação plena da verdade do homem. Quando ela cumpre sua
missão de anunciar o Evangelho, testemunha ao homem, em nome de Cristo,
sua dignidade própria e sua vocação à comunhão de pessoas, ensina-lhe as
exigências da justiça e da paz, de acordo com a sabedoria divina.
§2423 A doutrina social da Igreja propõe princípios de reflexão apresenta critérios de juízo, orienta para a ação. Todo sistema segundo o qual as relações sociais
seriam inteiramente determinadas pelos fatores econômicos é contrário à
natureza da pessoa humana e de seus atos.
§2424 Uma teoria que faz do lucro a regra exclusiva e
o fim último da atividade econômica é moralmente inaceitável. O apetite
desordenado pelo dinheiro não deixa de produzir seus efeitos perversos.
Ele é uma das causas dos numerosos conflitos que perturbam a ordem
social.
Um sistema que "sacrifica os direitos fundamentais
das pessoas e dos grupos à organização coletiva da produção" é contrário
à dignidade do homem. Toda prática que reduz as pessoas a não serem
mais que meros meios que têm em vista o lucro escraviza o homem, conduz a
idolatria do dinheiro e contribui para difundir o ateísmo. "Não podeis
servir ao mesmo tempo a Deus e ao dinheiro" (Mt 6,24; Lc 16,13).
§2425 A Igreja tem rejeitado as ideologias
totalitárias e atéias associadas, nos tempos modernos, ao "comunismo" ou
ao "socialismo". Além disso, na prática do "capitalismo", ela recusou o
individualismo e o primado absoluto da lei do mercado sobre o trabalho
humano. A regulamentação da economia exclusivamente por meio
planejamento centralizado perverte na base os vínculos sociais; sua
regulamentação unicamente pela lei do mercado vai contra a justiça
social, "pois há muitas necessidades humanas que não podem atendidas
pelo mercado". É preciso preconizar uma regulamentação racional do
mercado e das iniciativas econômicas, de acordo com uma justa hierarquia
de valores e em vista do bem comum
Fonte:
CATECISMO DA IGREJA
CATÓLICA, 2. ed. Editora: Vozes, Paulinas, Ave-Maria, 199
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